Voce conhece o Sarro? Se ainda não, você logo o conhecera, pelo menos as suas obras, pois este homem com seus 64 anos, que cresceu na região rural de São Paulo, no Brasil, em condições modestas, já está cada vez mais do ponto mais alto de sua retumbante carreira artística. Após muitos anos de sucesso nas suas exposições pelo mundo, nas Américas, em Cingapura, na Austrália e frequentemente em muitos países da Europa, ele pintou a sua coleção fantástica para museus “Força, Magia e Cores do Brasil”, que foi exibida e admirada em 2007 no Museu de Arte Moderna em Moscou e depois no Museu da Academia de Artes em St. Petersburg.
Em 2010 ela foi de novo mostrada no tradicional Palácio de Artes no Centro de Cracóvia, na capital cultural da Polônia. A carreira artística de Sarro começou em 1972 quando ele trabalhava ainda como carpinteiro, pedreiro e depois com materiais gráficos e quando ele visitou o Museu Portinari na pequena cidade de Brodowski, interior de São Paulo. O que era um passeio informal se transformou naguinada do Sarro sonhador. Ele ficou arrepiado dos pés à cabeça na frente das pinturas, pois ele, que gostava de desenhar desde os primeiros anos de sua vida, decidiu que ía mudar de rumo e pintar e ser artista. E, dito e feito!
Os primeiros quadros tiveram mesmo uma semelhança com aqueles de Portinari, mas logo entraram traços de Picasso e do Mexicano Diego Rivera e o Sarro criou o seu próprio estilo. Hoje, após mais de 40 anos de pintura, após de ter pintado mais que 6000 quadros, a sua arte é consagrada e já classificada na altura dos velhos mestres Rivera, Orozco, Siqueros e dos Brasileiros Portinari e Gruber.
Mas a arte de Sarro è também diversificada. As suas participações no Fórum Econômico Mundial em Davos, com uma coleção sobre as crianças “O futuro è nosso” em 1999 e a exposição do maravilhoso painel de 8 metros de largura sobre a globalização em 2003 chegaram na mídia mundial, assim como a sua grandiosa exposição na ONU em Genebra em 2004.
Como o Sarro queria mostrar a sua arte também para a grande maioria do povo, que não tem condições para visitar galerias e museus, ele começou a criar esculturas monumentais com os mesmos temas, que estão embelezando praças públicas. Elas são fantásticas, transmitindo bem o recado desejado, e a técnica própria desenvolvida pelo artista permita a sua construção a preços modestas. Sarro já construiu esculturas monumentais em mais de 100 praças públicas.
Parte destas esculturas são concebidas com assuntos religiosos para as quais o artista tem uma grande sensibilidade e criatividade, enriquecendo assim projetos de igrejas. A maravilhosa Via Sacra, construída perto da maior e mais famosa catedral do Brasil, em Aparecida, e as suas obras atuais em formas de enormes painéis dentro dela representam testemunhas do seu extraordinário talento.
O Sarro se preocupou também com pessoas com deficiências visuais e cegos em todo o mundo e criou uma técnica própria para mostra-los a sua arte. Existem já vários grupos de quadros de Sarro expostos no Brasil e na Europa que podem ser tocados e reconhecidos pelos deficientes.
Faz alguns anos que Sarro começou a pintar vitrais, como Marc Chagall, e os primeiros vitrais estão numa igreja do século XI na Alemanha e outro em exposição no Japão.
Pela versatilidade de Sarro e pelas suas atividades mundiais, o célebre critico de arte de Paris, André Parinaud, o chamou em 2002 de “o Brasileiro global”.
Na Noruega, Austrália e Alemanha, o Sarro já foi chamada por jornalistas de “Picasso Brasileiro”.
O cotidiano de Sarro está totalmente ocupado pelas suas atividades artísticas, e somente a sua enorme criatividade e disciplina de trabalho possibilitam as suas exposições em todo o mundo, em galerias famosas, em museus e nas mais conhecidos instituições da politica brasileira e mundial.
Primeiros anos: a infância pobre e os esboços artísticos do menino.
A história artística do paulista Adelio SARRO Sobrinho, nascido em 1950, tem o marco zero: aos 4 anos subiu num caixote de madeira, olhou com uma curiosidade impetuosa para a imagem de um Sagrado Coração de Jesus, impresso num calendário, e a reproduziu. Um perspicaz sacerdote conferiu o desenho infantil e profetizou: “esse menino vai ser artista”. O garoto, filho de agricultores de origem italiana e portuguesa, começou assim a vislumbrar, por meio de incentivos e do próprio contato sensível com a vida no campo, o seu destino ligado às artes. O que era árduo nas circunstâncias passou a ser filtrado com contundência na sua representação artística.
Aos 8 anos SARRO teve uma das experiências mais marcantes dessa fase de iniciação - tirada da dura vivência no ambiente rural. Com sua família mudou-se para o interior de Goiás. Uma exigência do meio social: a busca de melhores oportunidades. A distância descomunal de onde nasceu ficou marcada na memória. Foram 13 dias em cima de um caminhão. Uma eternidade, uma viagem sem fim. “Eu só via mato o tempo todo e tinha até índio”, lembra o artista. Vale observar que muitas das imagens da obra de SARRO têm correspondência plástica e poética nesse capítulo.
Tempos depois foi morar numa fazenda, de volta ao Estado de São Paulo. “Foi um período de pobreza e limitações”. E mais imagens se acumularam em sua memória de criança. Pelas dificuldades financeiras, a família de SARRO se deslocou mais uma vez. “Para ajudar em casa eu pegava papel e cacos de vidro na rua”, recorda. Desses primeiros anos rudes se somam a perda de um irmão, em seu nascimento, a queda do pai do telhado de uma casa enquanto trabalhava como pedreiro e a mãe, Natalina Silva Sarro, lavando roupa para garantir o sustento da família.
Início da adolescência. A fase dos desenhos sacros.
Em 1964, SARRO muda-se mais uma vez de cidade. Dessa vez vai só e com a intenção de se tornar religioso. Ele passa a ser educado no Seminário Seráphico São Fidélis, na cidade paulista de Piracicaba. Como ele tinha um primo que também estudava no seminário, ficou facilitada sua ida e permanência na nova residência. O objetivo familiar era de vê-lo com batina e num púlpito pregando. “Foi um ano em que fiquei solitário”, relembra. Mas nada improdutivo ou que nada atingisse sua sensibilidade.
SARRO ganha o olhar religioso e exerce o talento artístico através da arte sacra. Nas horas de silêncio desenha obstinadamente sobre papéis as figuras de Jesus e São Francisco, intuitivamente e como os grandes mestres. O fato de preferir os traços no lugar de leituras da bíblia e de textos teológicos provocou o seguinte comentário, vindo de um dos dirigentes do seminário católico: “ele só sabe e quer desenhar, levem-o embora que pode ser um artista”.
Novas mudanças na adolescência e impulsos tomaram conta do artista emergente. A irmã Aparecida Sarro mudou-se para São Caetano, na Grande São Paulo, onde se casou. SARRO se entusiasmou com as possibilidades de uma guinada na vida espelhado na irmã. “Eu queria muito vir para São Paulo. Vim e fiz um teste para uma gráfica de cartazes de cinema”, diz o artista, que na época tinha 16 anos. As mudanças se concretizaram meses depois e toda a família se ajeitou numa pequena casa na cidade.
Os anos iniciais dessa fase não foram nada fáceis. SARRO e seu pai retomaram o ofício de pedreiros. “Levamos o cano de pessoas que nos contrataram... Tempos depois fui trabalhar na metalúrgica Favorita, o que levou apenas dois meses. Logo me cansei daquela rotina”, relata.
Meio caminho para a arte. Ofícios gráficos.
O interesse pela arte, no entanto, latejava insistentemente em sua cabeça. Paisagens distantes, os personagens em labuta no campo, os desenhos de criança, a solidão conventual, mudanças de endereço, o trabalho gráfico (notadamente a serigrafia) e a fatura artesanal obrigatória somaram-se. Tempos depois conseguiu, enfim, a ter uma orientadora artística. O embasamento que SARRO teve foi acadêmico. As bases para o artista estavam lançadas nesses anos germinais. As noções de construção/desconstrução bidimensionais começaram, assim, a ganhar contornos e autonomia.
“Sem que buscasse objetivamente o ensino artístico ia encontrando pela frente os estímulos em casa e entre os profissionais”, diz. Nessa época, aos 18 anos, SARRO achava que um ano correspondia a um século. Tudo lhe parecia caminhar lentamente, exigindo sempre exercícios minuciosos e paciência descomunal para o que se dedicava. Era claro que nada se perdia. O repertório de pintor e escultor estavam assimilados.
Afrescos de Portinari. O impacto nunca esquecido
O ano de 1972 é marcante. A biografia do artista sofre uma reviravolta. O impacto se deu exatamente quando ele entrou na casa onde viveu Cândido Portinari (1903-1962), o museu na pequena cidade de Brodowski, interior de São Paulo. O que era um passeio informal e desprentensioso, sem previsão para surpresas arrebatadoras, se transformou na guinada do SARRO desenhista e sonhador. O mestre o comoveu abruptamente. O impulso criativo foi acionado – por definitivo.
“Fiquei arrepiado dos pés à cabeça. Disse para mim mesmo: vou pintar”. Dito e feito. É verdade que no começo SARRO vivenciou fases de sofrimento e rompimento. Pintou muito para testar as habilidades. Destruiu muita coisa - indignado por não chegar ao que desejava. “Pintei também muitas vezes sobre a mesma tela, até chegar ao que era satisfatório”. Exercícios de humildade e de uma arte sem facilidades.
Para impulsionar o esforço empreendido SARRO adquiriu um livro sobre Portinari. As iniciativas começaram a refletir nessa virada. O artista passou a expor na feira de arte da praça da República, em São Paulo - etapa vencida através de um teste e uma licença concedida pela prefeitura. Na década de 70 o local era a alternativa para os artistas que não tinham acesso às galerias da cidade, mas que ganhavam boa visibilidade, já que parte dos visitantes e compradores eram estrangeiros interessados na autenticidade da arte brasileira. SARRO garantiu espaço e ficou por lá ao longo de 12 anos.
A primeira exposição. Visão crítica
No mesmo ano que SARRO teve o encontro decisivo com a obra de Portinari, ele realizou sua primeira exposição. A individual foi organizada no Centro de Convenções de São Bernardo, na Grande São Paulo. “Naquela época eu pintava paisagens, nada importante. Era um trabalho fraco”, analisa. Mas independente de sua opinião crítica, o público gostou e boa parte dos trabalhos exibidos foi adquirida.
O ritmo de produção crescia e atendia principalmente aos visitantes estrangeiros que iam à praça da República em busca de talentos desconhecidos do circuito. Era (e continua a ser) impressionante a demanda de colecionadores alemães, franceses, italianos, suíços... pela obra peculiar de SARRO.
O grupo 11 Caminhos. Troca de experiências
Em 1983 SARRO se une a outros artistas e com Elvio Santiago, Henry Vitor, Jorge Branco, Otoni, Tomzé, Vilela, Blanco y Couto, Cazarré, Christina Motta e Sinval forma o grupo 11 Caminhos. “Cada um seguia o seu gênero. A gente discutia o trabalho do colega. Havia uma troca intensa de experiências e de idéias”, diz SARRO. Um livro com texto da crítica Josette Mazzella di Bosco Balsa fecha esse ciclo de cinco anos de duração. A autora analisa um a um dos artistas e a força criadora do grupo. “Sem dúvida que o grupo teve importância para minha carreira. Ele projetou todos nós junto ao público”.
Dois anos antes, SARRO (que já vivia exclusivamente da pintura) alcançou o reconhecimento internacional - não se limitando apenas a compradores e colecionadores europeus. Seis instituições japonesas organizaram exposições e expuseram suas obras em 1981. O interesse fora do país se acelerou e mostras começaram a enriquecer seu já extenso currículo. Depois do Japão foi a vez, em 1983, dos italianos requisitarem a exposição de suas pinturas. Nos anos seguintes, o nome do artista começou a circular em Milão, Bolonha, Roma (no elegante Palácio Dora Pamphili - a embaixada brasileira na Itália), Paris, Buenos Aires, Miami, Lisboa...
Do início da década de 70 até 1992, SARRO expôs ainda em 17 cidades brasileiras. Sua obra chegou a ser vista, em 1982, num dos museus mais importantes da América Latina, o Museu de Arte de São Paulo (MASP). Ele conquistou ainda espaços privilegiados no circuito das artes visuais para mostrar seus trabalhos. Na longa lista estão a Galeria de Arte do Sesi, em São Paulo, o Museu de Arte de Florianópolis, a aquisição de 14 obras pela Fundación Rali – Museo Latino Americano - Punta del Este, no Uruguai, entre outros.
Maturidade. Retrospectiva e livro.
Vinte anos se completaram em 1992 após o primeiro contato do artista com a obra de Portinari. Sua trajetória marcante deveria, então, ser concretizada com a publicação de um livro.
Intitulado por SARRO “Retrospectiva 1972-1992” (trilingüe com versões em português, francês e inglês) o livro foi publicado com texto da crítica Josette Balsa. A reprodução da obra “Natureza Morta”, de 1969, conservada por sua mãe, abre a série das obras mais significativas do período, incluindo desenhos e esculturas. O livro fecha um ciclo, reafirma o profissionalismo e registra a carreira de quem está interessado na renovação.
A figura de Marcel como incentivador
O ano de 1992 fecha uma fase e abre-se outra: mais promissor e de confirmação da solidez da obra de SARRO. O colecionador e marchand suiço radicado no Brasil, Marcel Markus, impulsiona o reconhecimento internacional do trabalho do artista. Entusiasmado pela pintura de SARRO, desde 1991, ele organiza exposições na Europa, Austrália e Cingapura, o que desencadeia na formação de um público cativo e de novos colecionadores.
A primeira exposição da nova fase é em 1993, em Zurique, na Suíça. No ano seguinte SARRO entra para a Feira de Arte Internacional Europ'Art, organizada anualmente em Genebra. O sucesso repercutiu a cada evento e permaneceu até a última participação, em 2005. Ainda na década de 90, os trabalhos de SARRO são expostos também com muito sucesso na Art Expo, em Nova York e em Las Vegas.
A produção chega ao cenário global. Arte sacra prestigiada.
Na seqüência, bem sucedida de sua trajetória longe do Brasil, em 1999, suas pinturas são exibidas no World Economic Forum, em Davos, na Suíça. SARRO elabora especialmente para o evento uma escultura de pequeno porte em bronze e 12 grandes quadros com a temática sobre crianças. Ele sugere melhorar as economias do Terceiro Mundo para poder oferecer um futuro próspero para as crianças. O único brasileiro representante das artes populariza-se em Davos, ao lado do já famoso escritor brasileiro Paulo Coelho, que é premiado no Forum.
No mesmo ano, SARRO constrói 14 painéis, de 4 x 4 metros cada um, da Via Sacra em Aparecida, centro religioso no Brasil. Além disso, ele elabora um portal moderno na sua entrada, com mãos superdimensionadas em atitude de prece.
A ligação de Aparecida com o Adveniat, na Alemanha, organização católica que sustenta projetos contra a miséria na América Latina, resultou numa exposição de SARRO na sua sede, em Essen, na qual participaram autoridades influentes na economia e política do país. O tríptico "Liberdades da vida" é adquirido para a recepção do Banco da Diocese de Essen
Neste ano também, se realiza a primeira exposição na Austrália, num Centro Cultural, em Melbourne. A arte de SARRO é admirada pelos australianos, o que motivou o artista a se comprometer de mostrar a sua produção em outras cidades do país.
Em 2000, SARRO exibe suas obras em Bergen, cidade cultural na Noruega. "Por incrível coincidência encontra Josette Balsa na cidade, a curadora e crítica que escreveu o livro sobre os seus 20 anos de carreira", comenta Marcel. Josette, que mora em Hong Kong e acompanhou o diretor do museu daquela cidade para uma exposição, por ela organizada, no Museu de Bergen. O encontro com SARRO foi produtivo e confirma outra reviravolta na trajetória do artista: ela orienta o artista a se preparar para exibições em museu.
Destaca-se, ainda em 2000, a inauguração da Via Sacra, em Aparecida, com 500 mil fiéis e a participação do artista com três obras de grande formato na EXPOOL 2000 - exposição internacional paralela à Exposição Mundial EXPO 2000, em Hannover, com o tema "Homem, Natureza e Técnica", organizada pela ROM-ART Galerie de Braunschweig. No evento SARRO ganha o prêmio de melhor artista figurativo da Alemanha do Norte - concedido por um respeitável júri.
SARRO volta à Austrália em 2001. Com exposições em Sydney, Melbourne e Perth, ele se torna popular num país que conhece pouco das artes visuais do Brasil. Na volta da Austrália, SARRO é convidado pelo Museu de Arte de Singapura para dar uma palestra sobre a arte latino-americana.
Neste mesmo ano, o artista recebe novas encomendas de arte sacra que confirmam ainda mais o seu prestígio. SARRO elabora pela primeira vez um vitral. Ele é encomendado para o mosteiro do século XI, na cidade alemã de Klingenmünster. O trabalho se destaca na igreja, pois é o único que foi permitido para modificar o interior do sólido templo.
Também em 2001, SARRO exibe suas obras no Palácio de Congressos, em Evian, a conhecida cidade hidromineral francesa, por convite do Prefeito, um admirador de sua arte como também do Brasil.
Trinta anos de arte de Sarro
A publicação do livro “SARRO, o brasileiro global”, em quatro linguas, editado e impresso em 2002 na Alemanha, ganha a atenção de admiradores, jornalistas especializados e o público em geral na Europa. O crítico parisiense, André Parinaud, dá a dimensão do artista logo no título da obra. Após ser lançado em diversos paises da Europa, chegou logo depois a São Paulo, com uma noite de autógrafos na famosa Galeria André, em São Paulo.
O trânsito do nome do artista continua acelerado. SARRO pinta uma obra de medidas monumentais, em torno da temática da globalização para expor em nova edição do Forum Econômico Mundial, em Davos, em janeiro de 2003. Na tela de 2,5 x 8 metros (um extenso e persuasivo painel) ele mostra o poderio das nações do conhecido G-8, os progressos imensos na comunicação mundial, o movimento da anti-globalização, aspectos positivos, teóricos e práticos da globalização, e as principais caracteristicas e produtos de exportação das maiores e mais importantes nações do mundo, os G-20. A discussão é engajada, sem temeridades. Mas a prática artística independente se mantém.
Celebridades de inserção na política internacional, como o ex-presidente norte-americano Bill Clinton, se depara com a arte de SARRO. Manifesta admiração e o fato ganha registro fotográfico. No mesmo evento, o presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, confere igualmente a “provocação artística” de SARRO. O assunto repercute na mídia européia.
Celebridades de inserção na política internacional, como o ex-presidente norte-americano Bill Clinton, se depara com a arte de SARRO. Manifesta admiração e o fato ganha registro fotográfico. No mesmo evento, o presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, confere igualmente a “provocação artística” de SARRO. O assunto repercute na mídia européia.
Emissoras de TV da Suiça e da Alemanha mostram e comentam o painel de SARRO. A presidência do Forum percebe o significado que a obra ganha e manifesta o desejo de compra-la. O painel é grande demais para as dimensões da sede da instituição. É adquirida a obra menor de 5,5 metros de largura, pintada no estilo próprio do artista e sobre o mesmo tema e apresentada como segunda obra no Forum. O local da exposição permanente desta obra, em Genebra, é visitada por dirigentes políticos e empresariais de todo o mundo constantemente.
Reverberações na Europa. ONU como palco para a arte de SARRO.
A obra de SARRO desempenha, de forma incansável, a conquista do olhar estrangeiro. Após a temporada de sucesso, outra desenha-se. O artista recebe o convite para expor em individual no Palácio das Nações, na Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra. O painel sobre a globalização “Unindo o mundo” é exibido novamente e, para marcar a brasilidade do artista, o quadro “Imigrantes e Bandeirantes”, pintado para as festividades dos 500 anos de descobrimento do Brasil, em 2000, produzido no Brasil, ganha visibilidade internacional. Esta pintura pertence hoje ao Museu Rali, em Montevidéu, no Uruguai.
A individual no Palais des Nations é aberta pelo Chefe da Missão Permanente do Brasil em Genebra, Embaixador Luiz Felippe de Seixas Corrêa, e por representantes da ONU. Participam no evento diplomatas, colecionadores da arte, curadores, galeristas, de vários paises e amigos do artista.
A exposição da ONU rendeu visibilidade e irradiação da marca original de SARRO no leste europeu. Diplomatas russos ficaram admirados pelo impacto da grande tela, examinando e comentando detalhes da obra. O fato motivou o artista e o seu marchand a visitar a Rússia no ano seguinte. Nesta viagem, numa visita a Academia de Belas Artes da Rússia em Moscou, o artista foi convidado para realizar uma exposição em julho de 2007 no Museu de Arte Moderna da capital e, em setembro do mesmo ano, no Museu da Academia de Artes de São Petersburgo.
Enquanto isso, em Andradina... Memorial SARRO
Em 2003, enquanto a sua carreira ganha repercussão diante do olhar estrangeiro, o artista volta-se novamente para a relação afetiva que tem com a sua cidade natal: a pequena e simpática Andradina, no interior do Estado de São Paulo. Projeta, para isso, numa das principais praças da cidade, um conjunto de esculturas – o chamado Memorial SARRO. As obras resgatam a relação que o artista tem com sua cidade, seu passado de persistência artística e homenageia o lugar onde nasceu. Além disso, o Memorial cumpre a função educativa, já que as esculturas abrem o interesse das novas gerações para o poder transformador da arte.
Nova série. Conquistas editoriais.
O artista se debruça em 2006 na série “Força, Magia e Cores do Brasil”, formada por um painel de 6,5 metros de extensão e a previsão ainda de 35 telas em grandes dimensões. Toda a organização e logística destas exposições estão sendo tratados com todos os envolvidos.
Em paralelo, SARRO trabalha exaustivamente para um dos segmentos que continua a lhe provocar disciplinada força criativa: a voltada para a arte sacra.
O artista foi chamado para elaborar e realizar um projeto de uma escultura monumental sobre “o ciclo da vida” na frente do maior Hospital que pertence a Igreja católica, em Kevelaer, Alemanha, onde o artista já tem várias laços.
Com a visita do papa Bento 16 ao Brasil, em maio de 2007, e a expectativa de passagem pela Basílica de Aparecida, SARRO esmera na exibição permanente dos relevos devocionais encomendados pela igreja. Sua obra monumental está dentro de duas capelas da Basílica e externamente, onde serve de culto.
A primeira metade dessa década é marcada ainda com outros livros complementares para o entendimento do trabalho de SARRO: “SARRO pensamentos”, com desenhos e poesias do artista, elaborados em viagens pela Europa (editado na Alemanha, em 2004); “SARRO, Essência e Magia das Cores”, (que exibe obras do artista de diversas épocas); um conjunto de três livros sobre particularidades de sua obra, apresentado numa caixa bonita e um livro de ponto de vista educacional sobre SARRO, da série “Contando a arte”.
34 anos da carreira. Novo ciclo se fecham.
Perguntando ao artista sobre o seu futuro artístico, após 34 anos de atividade artística completadas em 2006, o artista dá seu depoimento: “Meu projeto agora é atingir o público de museus. Quero fazer uma reciclagem do que produzi até hoje. Quero outra pintura, numa outra fase, sem preocupação do que pode ser comprado pelas pessoas. Vou pesquisar e aprofundar ainda mais no que faço. O trabalho fica mais forte quando se pensa assim. O que faço me agrada. Mas não é o que o artista quer fazer exclusivamente para ele, sem qualquer preocupação com o gosto alheio. Já percebi as mudanças que estão acontecendo. Há elementos e materiais que não coloco mais na minha obra”.